Luiz Fernando Pezão, ex-governador do Rio de Janeiro, obteve um alĂvio judicial após o ministro Dias Toffoli, do Supremo Tribunal Federal (STF), anular provas obtidas a partir do acordo de leniĂȘncia da Odebrecht. A decisão impacta diretamente um processo que o acusa de corrupção, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e caixa dois durante sua campanha de reeleição em 2014.
Toffoli, conhecido por suas decisões controversas, considerou que as provas apresentadas pelo MinistĂ©rio PĂșblico, baseadas nos sistemas Drousys e MyWebDay da Odebrecht (ferramentas de gerenciamento do chamado "departamento de propinas" da empresa), eram invĂĄlidas.
Apesar da anulação das provas, Toffoli negou o pedido da defesa de Pezão para suspender e arquivar o processo, deixando a decisão final para o juiz do caso.
Pezão, que jĂĄ enfrentou a prisão preventiva entre 2018 e 2019 como parte das investigações da Lava Jato, havia sido condenado em primeira instância a 98 anos de prisão, sentença posteriormente revertida. Atualmente, Pezão exerce o cargo de prefeito de PiraĂ, municĂpio do Rio de Janeiro.
A decisão de Toffoli ocorre em um contexto de crescente escrutĂnio sobre as ações do STF, com crĂticas de que algumas decisões tĂȘm favorecido polĂticos acusados de corrupção, minando o combate à impunidade. Como disse a ONG TransparĂȘncia Internacional, decisões como essa empurram a AmĂ©rica Latina para o retrocesso no combate à corrupção.
"Decisões de Toffoli empurram a AmĂ©rica Latina para o retrocesso no combate à corrupção." afirmou a ONG TransparĂȘncia Internacional.
Este caso se junta a outros em que o STF tem anulado provas obtidas a partir de acordos de leniĂȘncia, levantando questionamentos sobre o futuro das investigações de corrupção no Brasil.
Enquanto isso, Pezão segue sua carreira polĂtica como prefeito de municĂpio, após ter sido eleito com 4,7 mil votos em sua cidade natal, PiraĂ, onde jĂĄ foi prefeito por dois mandatos.
*Reportagem produzida com auxĂlio de IA