IncĂȘndios Devastadores na Califórnia: PrejuĂ­zos Bilhões e Lições para o Brasil

Destruição, custos bilionĂĄrios e diferenças cruciais entre seguros americanos e brasileiros são reveladas.

Por Marcelo Aquino em 23/01/2025 às 07:59:46

IncĂȘndios florestais na Califórnia causaram danos superiores a US$ 30 bilhões em propriedades, de acordo com estimativas da corretora Aon. As cidades de Palisades e Eaton foram as mais afetadas, com perdas estimadas entre US$ 15 a 20 bilhões e US$ 7 a 10 bilhões, respectivamente.

O evento destaca diferenças entre seguros residenciais nos EUA e no Brasil. Nos EUA, a cobertura contra incĂȘndios Ă© um foco especial, principalmente em estados como a Califórnia, onde incĂȘndios florestais são comuns. No Brasil, essa cobertura Ă© considerada bĂĄsica.

"O seguro indeniza atĂ© o limite contratado na apólice, que Ă© o valor estabelecido para reconstrução do imóvel e a reposição dos bens. No entanto, não hĂĄ cobertura para incĂȘndios intencionais, incĂȘndios ocasionados por reformas e bens de alto valor como joias e obras de arte que não estiverem declarados na apólice." concluiu Alexandre Barros, diretor de Digital Client Solutions da Aon para o Brasil.

Nos EUA, a preocupação com incĂȘndios florestais (wildfires) impacta a aceitação de riscos pelas seguradoras. Segundo Paulo Davidoff, diretor de Seguros Pessoais e Massificados da Alper Seguros, o mercado americano tende a ser mais restritivo quanto a esses casos.

"PorĂ©m, no caso da Califórnia, hĂĄ uma preocupação maior sobre os elementos causadores do incĂȘndio, ou seja, daqueles que ocorrem por fogo iniciado em floresta (wild fire) em relação aos de outras origens causadoras. Na situação deles, o mercado fica mais restrito quanto à aceitação de riscos de incĂȘndios florestais." disse Paulo Davidoff.

O custo dos seguros residenciais varia entre R$ 150 e R$ 1.500 no Brasil, dependendo de fatores como coberturas contratadas, região e tipo de imóvel. JĂĄ nos EUA, os custos podem ser bem mais altos, especialmente na Califórnia.

As mudanças climĂĄticas tambĂ©m impactam o setor. Marlon Basso, superintendente de Sinistros da REP Seguros, afirma que eventos climĂĄticos extremos, intensificados pelas mudanças climĂĄticas, tornam os incĂȘndios mais frequentes e severos.

"Em relação às responsabilidades civis, incĂȘndios que se originam por negligĂȘncia ou mĂĄ gestão podem gerar ações judiciais de alto valor contra empresas ou indivĂ­duos considerados responsĂĄveis, resultando em um aumento na demanda por apólices de responsabilidade civil, que tambĂ©m se tornam mais caras e restritas." comentou Basso.

A situação na Califórnia evidencia a necessidade de um setor de seguros adaptado às mudanças climĂĄticas e a importância de polĂ­ticas pĂșblicas para mitigar riscos. O aumento das queimadas gera pressão regulatória, exigindo adaptações para garantir a resiliĂȘncia financeira do mercado e cobertura justa e acessĂ­vel.

Em resumo, os incĂȘndios florestais na Califórnia expõem a vulnerabilidade do setor de seguros diante de desastres naturais, salientando as diferenças entre os sistemas brasileiros e americanos, e a crescente necessidade de adaptações em face das mudanças climĂĄticas.

A Califórnia precisa lidar com os altos custos e a necessidade de adaptação da seguradora, enquanto o Brasil pode aprender com a experiĂȘncia americana para fortalecer seu setor de seguros contra eventos climĂĄticos extremos.

*Reportagem produzida com auxĂ­lio de IA

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